Novo Programa de Governo 2025: Promessas de Crescimento ou Mais do Mesmo?

Com reformas estruturais ambiciosas, o XXV Governo Constitucional promete menos impostos, mais eficiência e um Estado mais próximo das pessoas. Mas será suficiente para mudar Portugal?

O Programa do XXV Governo Constitucional é, sem dúvida, um dos mais ambiciosos das últimas décadas. Com promessas de alívio fiscal, reformas na administração pública, aposta em habitação e infraestruturas, o novo executivo quer fazer de Portugal um país mais competitivo, inovador e justo. Mas, como sempre, entre a promessa e a prática há um longo caminho. Será que agora é mesmo para valer?


💰 Alívio fiscal para famílias e empresas

Uma das bandeiras do novo governo é a redução do IRS em 2 mil milhões de euros ao longo da legislatura, com 500 milhões já em 2025. Esta medida, segundo o executivo, beneficiará sobretudo a classe média.

No caso das empresas, o IRC terá uma redução progressiva até 17%, e 15% para PMEs. Estas reduções visam não apenas aliviar o fardo fiscal, mas também incentivar o reinvestimento e a criação de emprego. O programa também pretende limitar a tributação sobre rendimentos reinvestidos e simplificar o sistema fiscal.

🏛️ Combate à burocracia e digitalização do Estado

O governo promete declarar guerra à burocracia. Licenciamentos mais rápidos, pontos únicos de contacto, uso intensivo de inteligência artificial e interoperabilidade entre serviços são algumas das medidas previstas.

O objetivo é simples: um Estado mais leve, mais eficaz e mais confiável, capaz de responder às necessidades dos cidadãos e das empresas em tempo útil. Esta mudança poderá ter um efeito direto na produtividade nacional e no ambiente de negócios.

🚀 Criação de riqueza e aumento da produtividade

Portugal está estagnado em termos de produtividade há décadas. O programa pretende inverter isso com foco em inovação, qualificação da mão de obra e estímulo ao investimento direto estrangeiro.

Será também reformada a legislação laboral, para torná-la mais flexível, sem comprometer a segurança dos trabalhadores. A formação profissional será ajustada às necessidades do mercado real, com foco em empregabilidade e inovação. O Estado compromete-se ainda a pagar a 30 dias e a fomentar um ecossistema de capital de risco.

🏠 Habitação: uma resposta à crise

Um dos maiores desafios da década é a habitação. O governo compromete-se com 59 mil casas públicas, incentivos fiscais à construção e reabilitação, e revisão das regras do arrendamento.

Pretende-se dinamizar zonas urbanas, requalificar imóveis devolutos e atrair investimento privado com estabilidade legislativa e segurança jurídica. A habitação voltará a ser uma prioridade nacional — não apenas social, mas também económica.

🛤️ Infraestruturas e investimentos estratégicos

O plano inclui a alta velocidade Porto-Lisboa, a nova travessia do Tejo, a resolução do novo aeroporto e investimentos em portos, rede elétrica e digitalização.

A estratégia é clara: colocar Portugal no mapa europeu da logística e da energia, melhorando a conectividade interna e internacional. O modelo será misto, com forte envolvimento do setor privado através de concessões.

⚖️ Justiça, segurança e combate à corrupção

Há também uma aposta na celeridade da justiça e no reforço das forças de segurança. O combate à corrupção será feito com maior transparência, perda de bens alargada e regulamentação do lobbying.

O foco é restaurar a confiança dos cidadãos nas instituições. A justiça administrativa e fiscal será revista, e os megaprocessos terão prioridade na sua resolução.

🌍 Imigração regulada com integração eficaz

O governo pretende manter uma política migratória regulada e humanista. A ideia é acolher quem contribui ativamente para a economia e respeita os valores constitucionais.

Estão previstas novas regras para nacionalidade, vistos e integração social, com foco no ensino da língua portuguesa, na responsabilização dos empregadores e na triagem eficaz nas fronteiras.

⚠️ Riscos e obstáculos à execução

Apesar das boas intenções, os desafios são enormes. A resistência corporativa, os entraves burocráticos internos e a dificuldade de concretizar reformas em tempo útil são riscos reais.

Além disso, a conjuntura internacional e a dependência de fundos europeus podem atrasar a execução de várias medidas. O programa é exigente, tanto técnica como politicamente.


✅ Conclusão – Esperança com realismo

O programa é tecnicamente sólido e politicamente ambicioso. Se for executado com disciplina, coragem e competência, poderá mesmo marcar um ponto de viragem na economia portuguesa.

Mas os portugueses, cansados de promessas, esperam provas. Não chega planear bem: é preciso cumprir.

📌 Resta saber se este governo estará à altura do desafio. Estaremos atentos.


✍️ Por Júlio Magalhães – Especial para o TakaMassa.net

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